Preocupação e medo
Sinceramente
estou manifestando minha preocupação e medo. Sim. E, é com relação as
manifestações que estão sendo articuladas para o dia 13, contra a
presidente(a). Estou observando inclusive pelas redes sociais convocações e
pedidos de depósito em dinheiro em contas de pessoas físicas, intituladas
organizadoras. Parece que já aprenderam a fórmula. Li inclusive uma
manifestação de um organizador que estava se dirigindo para Brasília em uma
BMW, mas que ele esclarecia não ser sua e sim de um amigo que emprestou. Que
ele não tinha triplex, sítio e nem BMW. Me perdoem, vai trabalhar vagabundo. Eu
também não tenho e nem tempo para ficar me dedicando a organizar badernas e
pedindo dinheiro como ajuda. É o fim da picada. Mas, sem fugir do assunto meu
medo e preocupação são com o ódio impregnado no coração de determinadas
pessoas. Querem por que querem a presidente deposta. Muito bem, também
concordo. Só que é interessante o que ouço e assisto não são denúncias contra
ela. Aliás, as instituições nunca funcionaram tanto e tão bem na apuração de
denúncias e suposições. Acredito que todos os políticos, empresários,
marqueteiros e publicitários devem ser investigados. Mas roubar e desviar não
tem sido privilégio do PT e nem foi ele que inventou. Em São Paulo até a
merenda das crianças está sendo roubada. O caso dos trens e metrô? O FHC? Os
Zelotes com Globo, Gerdau, HSBC, RBS
entre outros? O Brasil precisa ser passado a limpo e uma Itaipu só não será
suficiente para lavar toda a sujeira. Mas para isso não é preciso destilar fel
nem ódio e nem arrumar inimizades. Afinal quem é ou quem são os salvadores da
Pátria. Aécio? Barbosa? Moro? Bolsonaro? As Forças Armadas? Aqui se criam
ídolos da noite para o dia. Vivemos é uma crise de valores morais, e de lideranças
confiáveis. A mira é na Dilma mas o alvo
é o Lula, ainda o mais carismático e capaz de mobilizar milhões. Faz tempo que
a nossa história não mostra alguém com seu poder. Se elegeu duas vezes, elegeu
Dilma e a reelegeu. O Data Folha desta semana em todas as simulações possíveis aponta
ele no segundo turno em 2018. Parodiando frase de 1950 de Carlos Lacerda
sobre Getúlio Vargas, a perseguição política em curso visa primeiro a que Lula
não seja candidato à Presidência em 2018. Se for candidato, que não seja
eleito. Se eleito, que não tome posse. Empossado, que seja derrubado.
Não vejo nos manifestantes propósitos, objetivos, exemplos. Vejo desrespeito,
raiva e que gera raiva. Estamos vendo diariamente nos noticiários guerras civis
com irmãos matando irmãos em vários países. A intolerância é muito grande e não acredito
que qualquer transição e movimento de mudança governamental ocorra
pacificamente. Lembro 64 e os anos que se sucederam. Na época eu escrevia, e já
contei neste mesmo espaço, sobre esportes. Como tudo era controlado pelo
exército, até o presidente do time de futebol da cidade era o comandante do
batalhão. Toda semana eu era chamado para levar uma de cima em baixo em pleno
gabinete no quartel do 5º BEC em Porto União. Nem meia vermelha se podia usar.
Não quero ver nem viver isto novamente. O Brasil precisa mudar? Precisa. Mas os
brasileiros também. Temos que parar de pregar moral de cuecas no meio da rua.
Não abandonar o carrinho do supermercado atrás de outro veículo estacionado nem
largá-lo em uma vaga. Não cometer
infrações de trânsito. Não comprar recibo de prestador de serviços para pagar
menos Imposto de Renda. Não comprar nem vender sem ou com meia nota. Não ter
dinheiro não declarado no exterior, nem dólar
guardado no fundo do baú. Não
jogando lixo na praia e reclamando que o IPTU é caro. Não oferecer propina para
guarda de trânsito. Não ocupar vagas de deficientes e idosos. Não jogar lixo em
terreno de outros. Não deixar que a calçada ou falta dela em frente a sua casa
se torne uma armadilha. Não incitar o ódio que ele pode se voltar contra você
mesmo. Afinal são nas pequenas ações que se revela o caráter das pessoas. Vamos continuar usando o voto que ainda é a
melhor arma para darmos a resposta aos maus políticos e que somos nós que
elegemos, muitas vezes em troca de algum benefício. Não justifiquemos nossos
fracassos e frustrações procurando culpados. Protestos são legítimos, mas não
de forma agressiva, com cara escondida, quebrando ônibus, vitrines de lojas, bancos e danificando bens
públicos. Isso além de coisa de baderneiros é burrice, pois somos nós mesmos
que iremos pagar pelos estragos. Muitas vezes o excesso de liberdade vira
libertinagem e o preço a pagar se torna muito caro. Poderemos perdê-la e depois
só resta lamentar. “Se prepare para, no mínimo, 5-10 anos de oportunidades
perdidas. Se você é um jovem brasileiro, muito do que você cresceu esperando
que fosse conquistar, não vai mais estar disponível. Se você é um adulto nos
seus 30 ou 40, os melhores anos da economia já fazem parte do seu passado. Se
você tem mais de 50, bem, você já viu esse filme antes, não viu?
É a mesma
velha história, só muda a década. A democracia não resolveu o problema. Uma
moeda forte não resolveu o problema. Tirar milhares de pessoa da pobreza não
resolveu o problema. O problema persiste. E persiste porque ele está na
mentalidade das pessoas.
O
“jeitinho brasileiro” precisa morrer. Essa vaidade, essa mania de dizer que o
Brasil sempre foi assim e não tem mais jeito também precisa morrer. E a única
forma de acabar com tudo isso é se cada brasileiro decidir matar isso dentro de
si mesmo.
Ao contrario
de outras revoluções externas que fazem parte da sua história, essa revolução
precisa ser interna. Ela precisa ser resultado de uma vontade que invade o seu
coração e sua alma”.(Mark Manson)
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