Prioridade é reforma tributária, não trabalhista, diz Dilma na FIESC

Destacando que vai propor um projeto estrutural de reforma tributária e minireformas para a área, a candidata à presidência pelo PT afirmou que o sistema tributário brasileiro é caótico e que o país precisará enfrentar essa questão
Candidata Dilma Rousseff recebeu o documento "Desenvolvimento SC: uma visão da indústria"
O sistema tributário brasileiro é caótico e é necessário enfrentar a reforma tributária, disse a candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, durante encontro com empresários na FIESC, nesta quinta-feira (12). A candidata destacou que o país precisa de uma agenda de reformas e a tributária é a prioridade. Segundo ela, é preciso fazer uma reforma estrutural, com simplificação de tributos. "Temos um dos melhores sistemas de imposto de renda, mas devolver o crédito tributário (como o devido aos exportadores) é demorado. Uma das questões chave é a obrigatoriedade da devolução imediata do crédito", disse a candidata, que destacou que o mesmo nível de informatização usado para cobrar os tributos deve ser aplicado para agilizar a devolução.
O presidente da FIESC, Alcantaro Corrêa, afirmou que a "sociedade brasileira não comporta mais qualquer acréscimo de tributação". Durante a apresentação das propostas em Florianópolis, Dilma afirmou que a reforma trabalhista não será prioridade, pois pode retirar direitos dos trabalhadores ou elevar custos das empresas. Contudo, a candidata reconheceu que é preciso desonerar a folha, que hoje é "desincentivadora" do emprego.
Em relação aos debates em torno da redução de jornada de trabalho para 40 horas semanais, a candidata enfatizou que "não é pauta do governo nesse momento no país" e que se trata de um processo negocial. "O governo federal não pode falar que está implantando (as 40 horas). Isso seria um absurdo, um despropósito", disse.
A candidata, que recebeu da FIESC o documento "Desenvolvimento SC: uma visão da indústria", trabalho que mostra os pleitos de Santa Catarina em várias áreas, defende também mini-reformas, pois elas aumentam a competitividade das indústrias. Como exemplo ela citou a redução do IPI, que gerou crescimento das vendas e da produção e o governo não perdeu arrecadação como previa.
O primeiro vice-presidente da Federação, Glauco José Côrte, que entregou as propostas à candidata, disse que sempre que a indústria vai bem, o estado cresce, e lembrou dos 38 mil empregos formais criados pelo setor da transformação no primeiro semestre do ano.

Dilma defendeu como fundamental que o país tenha política industrial. "Temos uma indústria diversificada e empresários que sobreviveram às mudanças econômicas. Temos um tecido industrial a ser explorado". Para ela, é preciso discutir os modelos de infraestrutura e a modernização do estado brasileiro.

Dilma ressaltou ainda que não há como o país crescer sem crédito. "Não podemos mais depender só do BNDES para se ter financiamentos de 30 anos. Precisamos do setor financeiro privado", disse. Ela afirmou que o crédito e a formalização das empresas foram os grandes responsáveis pelo aumento dos empregos com carteira assinada.

Em relação às exportações, ela defendeu a criação de políticas de financiamento, a exemplo do que já ocorre em outros países. Também destacou a importância de se ter uma política comercial profissionalizada e de se buscar mais acordos bilaterais, especialmente com o Mercosul, que é um grande mercado para os produtos manufaturados do Brasil.

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